terça-feira, 30 de março de 2010

Tantas lagartas para assistir..!

Preciso ter fé em mim. Preciso de minha caneta de volta. Hoje escrevi com uma caneta da qual não gosto... tanto que o que escrevi foi: “Não quero mais escrever.” Isso no meio de um desenho que parodiava os “Dez Mandamentos”, o filme. Não estou acreditando que posso ser bom realmente; não estaria eu fazendo meu melhor, até as 21hs 20 min.? É uma vergonha imensa que me toma, fecho meus olhos, e me vejo assim.

Tanta gente reservada. Tanta coisa pra fazer. Tantas lagartas para assistir. Um dia já fui uma; era divertido demais... mastigava lençóis e achava que ficaria com lábios leporinos por causa disso, mas acreditava na mutação, acreditava que uma glândula surpresa me salvaria, e me faria um casulo. Tudo o que fiz foi quebrar a cama. Atrevimento não tem sido melhor do que ser comandado por um general.

Meu avô não parou na páscoa, mas todo dia ele pergunta se é sábado de aleluia. Preciso vê-lo amanhã,e verificar se ele está feliz com a data atual.

Meu maxilar dói, de tanto brincar de lobo. Dói também fechar os olhos no ônibus; hoje tinham partes de mundo se deslocando junto com sonhos. Será que isso abre fendas de onde sai energia? Minha mana disse que esse negócio de poema, é só a pessoa que escreve que entende. Não concordo com ela, não totalmente. Faço a mesma coisa em prosa! Me frustra e diverte.

Sei que isso tudo parece um conjunto de reclamações banais de um cara insatisfeito, mas vamos cavar as entrelinhas. Só agora, agorinha mesmo é que eu consegui me deparar com o que eu queria: ‘Preciso eu acreditar no que penso?’.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Totêmicos

Os crimes que escorregam
Das mangas do garoto mágico
São travados apenas por dentes
e por válvulas que só esquentam quando alguém sangra

O torpedo que me faz sentir
Um dia ainda pode me matar
Por enquanto nem mesmo mato aulas

Além do coral existem garotas flores
Garotos que comem dejetos na areia
Mas uma face branca sobre o mar gargalha
Fala com os palhaços
E estampa-os em minha sala

Só volto se for chamado
Meu amigo voltou
Corre mais inconseqüente
Sorri no sinaleiro
Me chama com as mãos
Com cara que quem quer correr no cemitério

Descobri que ele não estava na carcaça
Mas sim nos padrões
Me disseram, isso tudo é muito lento
Acho que se ele ouvir ‘Roots’ mais uma vez
vai mesmo seguir aquele totem.


Calou-se em minha trilha o estampado chamado da África
Os aborígenes do Oeste soltaram finalmente a rainha que me consola
O Homem do Saco ainda mora em frente de casa
E canta músicas sobre facas quando bebe rola as escadas.



quarta-feira, 24 de março de 2010

Filme de baixo orçamento produzido pela mente.

O filme que cada um produz ao dormir não pode ser analisado; pode apenas ser vivido. É sim, uma vivência. Ontem mesmo tinha uma galera sendo abduzida. Gente indo embora de Apucarana; tanta gente que a cidade ficou menor ainda... como uma bexiga murcha. Era claro que o mundo se acabava; e havia escolhidos para ir com os Alienígenas.

No dia de hoje, eles apareceram num Sol completamente azul, que se transformou em uma imagem que transmitia paz, com árvores e nuvens de neblina. Os alienígenas vieram caminhando em direção à Terra, e foram aplaudidos em pé. Eram gigantes lindos! Logo, exibicionistas quiseram mostrar desenhos terrestres à eles. Os E.T.s, muito gentis, apenas disseram, mostrando seu desenvolvimento sublime, que era “melhor não arriscarem desenhar”; acredito que porque o desenho daqueles gigantes seria muito mais dimensional, e substancial do que os dos coitados da Terra.

A galera logo começou a sentir-se em outro mundo, mordendo cactos com espinhos e tudo, engolindo a mescalina, pensando que se aproximariam mais dos Gigantes, num quesito mental. Engano dos ignorantes terrestres.! Os alienígenas acharam a música eletrônica poluição sonora, e os shows de Rock muito caóticos. Jeff Bridges estava falando algo sobre tudo estar grotesco, em um português estranho. Eu, infelizmente, dissertava sobre bolinhas de sabão... “Por que é que existem bolinhas de sabão? Hãhãã...”. Jeff e eu pisávamos um no pé do outro, e nossa pele parecia meio roxa, devido aos cactos mordidos.

Estávamos todos os escolhidos em uma sala de aula, e umas garotas lindas entravam, tirando da minha cara para todos ouvirem: “- Oh, tenho cara de uns 35 anos, e ainda vivo com minha mãe, e uso acessórios dela que ela não quer mais.” Zoavam a respeito de meus óculos de grau, com certeza.

Um amigo meu estava loucão dentro de casa... Ataquei-o como se eu fosse um urso. Entrei, e estava tudo mundo que eu conhecia lá pros fundos. Mas todo mundo mesmo. Era algo parecido com uma clínica psiquiátrica lá atrás, com várias enfermeiras. Só sei que eu estava sendo negligente com o treinamento alienígena, e começaram a me perseguir, também por ter deixado minha mãe, e quase todo mundo louco. Eu, e meu amigo loucão saímos de carro, e começamos a ser atacados por pessoas munidas de pedras. Eu dizia: “Atropela! Atropela! Mas, se for um bebezinho, não.!”. Acho que acordei por aí, mas fui direto na janela, procurar um Sol azul. Olhei para a capa de the Houses of the Holy,e nunca a achei tão macabra, e fazendo tanto sentido. Tudo o que era tinta em meu quarto parecia estar derretendo, e formando novas pinturas, com carrancas de E.T.s. Logo pensei: Esse será um dia daqueles..!

Mas vou, e não volto nunca mais, se um dia eu ver um Sol azul, bato palmas muito fortes, me comporto como um gentleman, e peço com muita educação um tutorial de desenho para um daqueles gigantes.

terça-feira, 23 de março de 2010

Inverno em meus miolos.

O tempo frio realmente me leva, e fica outro caminhando por aí... enquanto eu, eu mesmo... apenas não conheço mais o corpo que envolve um cérebro órfão de um nome.

Sons e sirenes me arrepiam os cabelos que ficam do lado esquerdo de meu crânio; não só me lembro de tempos antigos, como vivo tempos passados, e ouço músicas ancestrais. Não tenho mais medo de enlouquecer, apenas não quero sair da linha, ou perder o fio da meada, ou qualquer coisa assim... Algo retilíneo relacionado à abstração.

Ontem mesmo, um turbilhão de vozes me cobriram na cama à noite. Entre elas, versões bizarras de vozes familiares. Feiticeiras e usurpadores químicos, que trocam vidas por prazer. Não posso dizer que há algo estranho em mim, pois já conheço todo esse cronograma. Apenas me pergunto: “Tem um porquê?”.

Ouço músicas que me chamam de ‘girl’, ou ‘babe’; não ligo realmente para isso apenas me sinto acalentado pelo Rock. Deveria eu parar com hábitos antigos, agora que durmo cedo, como pouco, e não bebo? Me senti um tanto neo-budista hoje... não sei se posso me deixar levar de novo por doutrinas. Acredito que não. Se eu for amarrado de novo a uma cama, acredito que eu nunca mais terei todo ‘eu’ desamarrado, e em pé novamente. Talvez seja mesmo melhor deixar esse negócio de seguir alguém de lado.

Tenho certeza que muita gente já disse isso, mas tenho agora minha mente fria, e meu coração quente, na mais sinestésica das descrições. Por que é que me sinto tão relaxado... com vontade de rir? Posso até mesmo ser chamado de careta! Estou de boa, realmente. Se colocar mais dopamina em meu cérebro... acho que daria pra ver o contraste de longe. Exagerado, mas acho engraçado. Rio de mim mesmo.


Há vezes em que me coloco a colecionar sinais, e com eles quase não paro de ter calafrios. Decifro-os depois, entretanto, e vejo que são apenas sinais... a distancia entre seres já foi temas para divagações, mas hoje é apenas um papel a ser rasgado.

Ainda grito, e ouço a Terra me chamando. Até parece que um pajé me visitou semana passada, e soprou em meu ouvido.! Não grito porém para ti. Não seria justo. Coloco os fones de ouvido, fico bem quieto em meio à rua selvagem. Esse pajé ainda me paga.

Já não entendo a mecânica subjetiva. Lembro-me que num show do Sonic Youth, há alguns anos atrás, eu de olhos fechados me via em um corredor, com milhares de portas, abrindo uma delas, vi tentáculos e cobras saindo de lá de dentro. Me assustei e abri os olhos, quando vi um cara sendo carregado, duro, travado, nervoso. Pensei: “Será que ele também abriu uma caixinha de pandora na mente dele?”. Essa minha mania de querer fazer pontes entre todas as coisa que vivem. Como o que tento no momento presente. Empatia por empatia? Digo: “Já sentiu se como uma aranha prestes a ser pisada, após ter pisado em uma aranha?” hã. Mas se necessito passar uma mensagem que pareça-me verdadeira, vasculho uma daquelas portas do corredor, e luto contra os tentáculos
.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Nonsense, Redundância, e outros Monstros.

O desejo que tenho de passar algo para a frente é maior do que a vontade de adquirir algo de terceiros. Acredito que daqui a alguns anos isso se reverta, até que eu me descarregue dessa leva de energia. Então, algo acontecerá neste corpo...” algo será absorvido , enquanto nada será expelido”, como diria Ian McKaye. Por enquanto, me deixo vazar, sangrar, por mais comum ou redundante que isso possa soar. Na realidade, não posso falar muito sobre redundância, até porque tenho no máximo seis frases de efeito em minha mente que se repetem no decorrer do dia... entre elas: “I’m so fucking stupid”; “I’m no fucking faggot”; “I’m no fucking stupid, I know I’m not!”. Sim, desse jeito aí... Isso acontece quando penso algo idiota, ou quando me acho bom em alguma coisa, e acho que estou me gabando para eu mesmo; coisas do tipo. Por que em inglês? Não sei.

Considero minha mente redundante, não só por esses fatores, mas também porque muitas vezes meu consciente trabalha no piloto automático, como agora. Às vezes apenas me deixo levar pelo (“Vento do Oriente... Diga, vai..! Vai ser legal.”) anti-critério, e não pelo pensar em si; me deixo levar (“Pelo vai e vem de minha cuca!”) por uma linha de raciocínio fácil e segura, a do nonsense. Relato sim, algo que não é simples para mim, e que não coloco para fora desde minha ultima sessão psicoterápica, que já foi há algum tempo.

Realmente, eu deveria ater-me a ser mais discreto, saber onde piso, e por que piso; se é na mão de alguém, que seja esta a pessoa certa. Bem de vez em quando, de repente, me vejo com braços longos, que se arrastam no chão; piso em minha mão nesses dias. Sinto falta de pessoas que nem mesmo tive o prazer de olhar nos olhos, mas às vezes, quando me vejo comprando todos seus discos e chapéus, apenas me olho, e me pergunto: “O que estou fazendo realmente? Estaria eu fora de meu juízo?”. Esta pergunta tenho para mim agora.

Por mais que eu renegue a casa poética como meu lar, me vejo sempre tropeçando em versos e gritos de pessoas que já existiram, e que não estão aqui neste momento, para me dizer o que fazer com toda aquela mensagem: todas aquelas torres de vidro; viagens com polvos; cães do inferno; polícia da mente, e do Karma.

Já me sinto próximo de um alvo fácil, mas prefiro deixar a terra do nonsense para amanhã, quando eu tiver apenas ela para balbuciar meu nome do fundo de minha mente. Não espero esse dia, mas o vejo no ‘hoje’ de cada um que um dia já foi eu, ou como eu. Não o espero, hoje não.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Malditos Homúnculos e Bonecos de Cera

Um homúnculo se pôs no lugar de uma pessoa, alguém que procurava verdades espirituais. Mais uma vez isso aconteceu. Considero isso uma pane na rede de conexões inter-cerebrais, por não ser culpa de ninguém em específico; muito menos do homúnculo. Já ouvi histórias semelhantes à dessa criatura que menciono, e me disseram que a pessoa vira um ‘boneco de cera’. Nunca fui um desses, por não forçar a barra com substâncias que transformam as pessoas nesses invólucros deploráveis, que apenas guardam desequilíbrio energético.

Após assistir ‘O Poder da Água’, tive a clara compreensão de que a matemática da matéria e o espírito não se separam; algo que me faz acreditar que energia é algo que não se acaba depois que os nossos órgãos param de funcionar. O homúnculo de quem eu falo, que ainda vai se ferrar um monte nessa vida, por ter emitido maus fluidos, e tentado separar pessoas de seus espíritos, seria como a água de um rio sujo, e uma maldição emitida no ar.

Um amigo meu já me disse, que quando se fala uma maldição, é como se soltasse um veneno no ar. Isso ele disse sem assistir o documentário de Masaru Emoto. Hoje, ouço testemunhas que dissertam sobre tal amigo, dizendo que ele já não tem mais tanto controle em relação aos maus fluidos que deixa entrar em seu campo energético. Espero do fundo de meu ser que ele não se transforme num boneco de cera.

Já não tenho cabeça para assistir, ou ler jornais, pois estes, são como um pacote completo para desestruturar as moléculas de água de meu organismo (sendo que sou 75% água). Sabemos sobre as desgraças que acontecem ao nosso redor, e sabemos que não são tudo o que acontece (que parece ser o que estes veículos de comunicação querem que acreditemos). A paranóia coletiva já está colocada como essencial para o cotidiano. Não quero fazer parte do cotidiano coletivo, então. Quero ter o que posso chamar de meu próprio dia-a-dia, e meu próprio modo de viver.

Em outros tempos já estive submerso em maus fluidos, mas não me deixei ser afogado. São malditos tais homúnculos criminosos. Não os amaldiçôo, porém... que haja harmonia novamente em algum lugar da Terra.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Facetas aparentes





















Mais visível do que minha história de vida, é a expressão do interior de meus miolos; não sei se serei lembrado, e por qual dessas duas serei... se for!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Uma história das ruas

Andando por ruas escuras, ele olha para a palha que se acumula nos cantos e sarjetas, pensando ”não, não sou nada disso, não sou como a palha e o lixo”. Uma parte dele, porém, aquela que queria chorar realmente, diz “Sim, você é. É de tudo isso, o que mais se acumula, e o que mais teme ser varrido”. Atrás dele não há ninguém, nenhum ectoplasma, nada que o fizesse correr para casa... mas corre. Entra em casa sem dentes para sorrir, e sem olhos para olhar para ninguém. Encara uma fria tela, que um dia já tentou quebrar.

Acredito que se ele conhecesse alguém tão irritante quanto ele é, o teria já há muito abandonado. Sente-se ainda amarrado dentro de si, como daquelas vezes, que... bem, todos dizem que é melhor não lembrar. Mas ele lembra. Via a felicidade como algo que outros tinham dentro de si, como um sopro dos céus, que tentavam passar para ele, mas havia buracos, e ele sempre deixava vazar. Hoje vaza ainda, espera a última descarga de energia para que um dia seja de novo um receptor, e não um redundante expositor.

“Sim, você é... e outros fingem não notar, porque você sabe se perfumar de desenterrado, sabe fingir que ainda vive. E finge bem!”

Quem tem olhar profundo, e afiado, e tem realmente aquele sopro dos céus, sabe que é tudo uma jogada, que ele ainda pagará o pacto.

“Lembra-se? De quando tudo o que se movia à sua volta um dia se doou a você, e como um alquimista nojento, você apenas sugou-lhes a vida, tirando uma pirinha? Lembre-se das testemunhas reais, e do crime sem castigo. Hahahaha! Apenas tente lembrar-se, das amostras de cabelos, dos líquidos roubados, e essências corporais que vendeu por uma mera sensação de ‘puta que o pariu!’”

"És ridículo! És morto! És..."

Seu desejo era poder dizer “és um cachorro!”, mas sabe que rebaixaria uma espécie sagrada, aquela que sabe ser amigável e leal a seres humanos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Trago Criaturas Comigo

Minha vontade é experimentar algo violento, que me proporcione risadas sádicas e me dê a dor que procuro. Não falo de humilhação alheia, ou de fazer alguém sentir dor física. Quero como num cartoon, chupar limão na frente de um trompetista, secando-lhe a boca. Quero causar arrepios reais em alguém, como que tirando minha pele... Arrepios daqueles que Von Hagens consegue causar. Desta vez não sei dizer se uso metáforas, ou não. Realmente tenho gostado da dor superficial e supérflua, causada pela minha própria mente e mãos. Trago criaturas comigo, e o que já me disseram para me assustar, hoje, me faz rir mais e mais, perante elucubrações que minha desnaturada química cerebral produz. Já me disseram, em um lugar chamado santo, que eu era do tipo de pessoa que se divertia com espíritos que violavam túmulos... Logo lembrei-me de quando um antigo amigo e eu corríamos sobre os túmulos à noite, rindo da situação.

Ser comparado a alguém não seria bom; apenas gostaria de me superar, poder ser chamado de boa companhia, do fundo do peito de alguém. Não ser bom em elogios não é meu maior problema, meu maior problema é usar o mesmo elogio para pessoas diferentes. Quando falo contigo por esse veículo, me torno o mais genérico dos locutores, que apesar de tudo, ainda fala em primeira pessoa, por não ter a necessária vergonha a respeito disso.

Acredito que quando falo de toda essa dor, apenas me estenda sobre criações, e interiorização; ou sobre dor causada por eu mesmo. Ser machucado por outros é pior do que assistir a uma cirurgia de mudança de sexo pela TV na hora da principal refeição do dia. Muito pior, com certeza; pior do que cefaléia.

Quando começo a achar que vejo o ambiente à minha volta com clareza, volto com um pulo de retrocesso, (mas não de involução), para um lugar onde eu saiba do que estou falando, e quando o sei, é porque realmente estou confuso. Posso dizer-lhe com a boca limpa, que não faço jogos de palavras nestas ocasiões. Tenho olhos cansados, mas estou prestes a tentar minhas mais ambiciosas realizações. Dizem naquele livro grandão que não se deve dizer seus planos antes de realmente realizá-los, mas... diz-se tanto por lá!

Falo de violência, leio sobre violência, desenho violência, mas não quero realmente cometer, ou presenciar atos violentos. A mera possibilidade, aquela que se tem em sonhos lúcidos, de cometer atos violentos me contenta, por me mostrar minha faceta ainda selvagem, intacta e imaculada. Meu animal espiritual ainda encontra-se em algum beco,desidratando-se, e esperneando de dor, até que o encontre. Talvez seja ele meu futuro guia, xamã, e herói. Ainda estralo minhas juntas quando no encalço de presas fáceis.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O perfume do tolo.

Descobri algo sobre a rima; algo que li nas frestas de uma mente que já me interessou mais... Se eu dissesse que vi em minha mente essas frestas, tudo rimaria, e meu texto não faria sentido algum. Entendo, porém, tal mente... Sim esta mente se encontra em mim... mas não é minha realmente. Tenho traçado lotes, e algo me diz, sussurrando em meu ouvido, que se tudo que há nesses lotes rimasse, os venderia muito mais rápido. Já falei de desconstrução, portanto não quero nenhum super-condomínio em nenhuma dessas terras.

Por que loteio e vendo tais terras? Bem... Tenho um tio que tem a mania de guardar tralhas, e ele já até me deu uns Pasquins e coisas do tipo, mas nunca sua coleção dos Beatles. Penso eu, que se começar a juntar tralhas em minha mente, não passarei para nenhum chegado algo que realmente tenha valor. Entende a relação? O mundo físico não é, para este que loteia, o mundo em si, mas algo que há nele, que reflete o que há em todos os cantos da existência.

Entendi, de uma hora para a outra a rima! Será esta outra daquelas revelações que não consigo explicar a ninguém? Será ela um Pasquim empoeirado, ou um White Album? Ambos têm seu valor, não? Descobri também que não falo nada claramente, e quando entro em algum assunto interessante procuro as rimas, e não a essência. Defeito? Não! Audacioso contra-senso.

Ser o próprio exorcista poupa muitas amarras e água benta... Por isso também loteio. Vejo o fogo tão perto de mim, que já não há com o que gritar. Não há asfixia na parte do mundo na qual não existe matéria, mas há lixões, e há doenças, que quem as tem, não as vê partir, nem que um exorcista do mundo exterior apunhale seus pulmões. Não há tal asfixia.

Em algumas situações, apenas conseguimos nos sentir seguros se descobrimos que podemos ser perigosos. Assim sabemos que se mancarmos, nos anulamos, e que se alguém mancar, nos anulamos em dobro, deixando tal pessoa a ver que precisava da gente, vendo a parede branca e repelente de nossas costas. Virar-se para o lado oposto, em certas situações, pode até mesmo ser mais generoso do que deixar o calor sair pelas janelas de nossas almas. Isso me faz lembrar de um sonho que tive, no qual, em um livro de ‘RPG espiritual’ vi uma ilustração perfumada de Lúcifer. Nela havia o cheiro de tudo o que existiu de mais doce, e tudo isso ele matou, para uma só baforada de perfume. Para um suvenir. Para deixar que o calor saísse de graça pelas janelas do mundo. Como era ignorante esse diabo em meu sonho.!

terça-feira, 2 de março de 2010

Com muro, ou não...

Não sei se falava sério ao explicar sobre um suposto muro que eu construía, a ponto de não me expor realmente... Quem me ouviu não me reconheceu. Acho que eu queria mostrar força, ou algo semelhante a uma civilizada postura afiada, e urbana. Quanto a ser selvagem, não posso dizer se conheço o passado, ou outros estados cerebrais. Já fui selvagem, andava descalço, corria dos que me cercavam... com um chapéu atolado na cabeça, achando que a gravidade da situação o transformaria em um chapéu de bruxo; tangerina no cabelo, e semi-dreadlocks. Tinha coragem ainda de olhar nos olhos das garotas bonitas que apareciam no caminho. Minha vontade naqueles momentos era de me embrenhar no mato para além das rodovias, comendo o mato se preciso, procurando a garota selvagem perfeita. Sabe qual a parte embaraçosa? Não uso uma só metáfora ao dizer tais coisas.

Essa história de muro estava mal contada. Hoje tento me virar do avesso! Estou conhecendo os frutos desse tipo de ação só agora... Ser retraído ocupa um tempo imenso. Já tentei até mesmo justificar algumas esquisitices, escrevendo coisas do tipo: ‘A doce paranóia me mantém ocupado... Você não a conhece?’.

Não sei, mas me parece que nada disso surte o efeito desejado; nenhuma dessas expressões, auto-afirmações, exteriorizações em geral. Lembro-me dos grandes astros, e vejo logo que me dou conta de suas passadas existências, a aura de frustração que vinha junto com o brilho. Não o digo para matar algum ídolo; isso precisa ser feito, mas de maneira gradual. O digo porque realmente via tal aura; fosse nos sorrisos gravados, nas entrevistas, nos shows que vi de perto. Não só frustração, mas também... eles são como a gente, não? O desconforto de estar entre os vivos, não o de estar vivo, mas de ser um deles, e de ser comparável. Não seríamos nós como eles?

Também não sei por quê o faço, mas não deixo de fazê-lo. Me viro do avesso, como se pudesse dizer que... “você pode me cortar ao meio, e sentir o cheiro, e ver que afinal, por dentro ninguém é feio”.