Preciso ter fé em mim. Preciso de minha caneta de volta. Hoje escrevi com uma caneta da qual não gosto... tanto que o que escrevi foi: “Não quero mais escrever.” Isso no meio de um desenho que parodiava os “Dez Mandamentos”, o filme. Não estou acreditando que posso ser bom realmente; não estaria eu fazendo meu melhor, até as 21hs 20 min.? É uma vergonha imensa que me toma, fecho meus olhos, e me vejo assim.
Tanta gente reservada. Tanta coisa pra fazer. Tantas lagartas para assistir. Um dia já fui uma; era divertido demais... mastigava lençóis e achava que ficaria com lábios leporinos por causa disso, mas acreditava na mutação, acreditava que uma glândula surpresa me salvaria, e me faria um casulo. Tudo o que fiz foi quebrar a cama. Atrevimento não tem sido melhor do que ser comandado por um general.
Meu avô não parou na páscoa, mas todo dia ele pergunta se é sábado de aleluia. Preciso vê-lo amanhã,e verificar se ele está feliz com a data atual.
Meu maxilar dói, de tanto brincar de lobo. Dói também fechar os olhos no ônibus; hoje tinham partes de mundo se deslocando junto com sonhos. Será que isso abre fendas de onde sai energia? Minha mana disse que esse negócio de poema, é só a pessoa que escreve que entende. Não concordo com ela, não totalmente. Faço a mesma coisa em prosa! Me frustra e diverte.
Sei que isso tudo parece um conjunto de reclamações banais de um cara insatisfeito, mas vamos cavar as entrelinhas. Só agora, agorinha mesmo é que eu consegui me deparar com o que eu queria: ‘Preciso eu acreditar no que penso?’.