segunda-feira, 6 de junho de 2011

But please, don't call me 'sheep'...

Tudo o que lhe digo... o digo com calma. Não seria justa uma única reclamação de perdigoto pousando sobre sua boca. Não meu! Finjo que tudo começa com o acaso, e depois, “é aquela velha estória”... mas vejo hoje que isso pode sim ter um bom fim; não um fim feliz, mas um bonito, um que traga à superfície o som de minha vida. Mesmo que esta não mais mova estas mãos.



Trazendo os destroços de um velho e patético pintor de canecos, aquele que faz a arte que tanto pesa na paciência do tutor, monto um pequeno quadro, um pequeno, porém sincero quadro. Algo que possa dizer que sou, que fui, e poderei ser clonado um dia mais. Todos os meus clones são exatamente como eu, mas falta-lhes alma; o espírito está lá, toda a essência está lá.



Como um pedante narrador de futeshow, do tipo que dá nos nervos de quem assiste, continuo minha saga. Se paro, nenhuma diferença faria aos gols... mas algo estaria faltando, não? O grande problema que enfrento hoje, é que não odeio simplesmente o fato de ser narrador, odeio também o futeshow. Isso pesa até mesmo aos lisos pés de meu mangalarga, aquele que é marchador, tanto na noite, tanto na chuva, quanto na solidão.



Digo que está tudo bem; não porque isso lhe é interessante, mas porque comunico que estou saudável para uma clonagem bem feita, mesmo que desnecessária. Pode ser depois de minhas mãos ficarem mudas... só deixo claro que estou saudável.