quinta-feira, 4 de março de 2010

O perfume do tolo.

Descobri algo sobre a rima; algo que li nas frestas de uma mente que já me interessou mais... Se eu dissesse que vi em minha mente essas frestas, tudo rimaria, e meu texto não faria sentido algum. Entendo, porém, tal mente... Sim esta mente se encontra em mim... mas não é minha realmente. Tenho traçado lotes, e algo me diz, sussurrando em meu ouvido, que se tudo que há nesses lotes rimasse, os venderia muito mais rápido. Já falei de desconstrução, portanto não quero nenhum super-condomínio em nenhuma dessas terras.

Por que loteio e vendo tais terras? Bem... Tenho um tio que tem a mania de guardar tralhas, e ele já até me deu uns Pasquins e coisas do tipo, mas nunca sua coleção dos Beatles. Penso eu, que se começar a juntar tralhas em minha mente, não passarei para nenhum chegado algo que realmente tenha valor. Entende a relação? O mundo físico não é, para este que loteia, o mundo em si, mas algo que há nele, que reflete o que há em todos os cantos da existência.

Entendi, de uma hora para a outra a rima! Será esta outra daquelas revelações que não consigo explicar a ninguém? Será ela um Pasquim empoeirado, ou um White Album? Ambos têm seu valor, não? Descobri também que não falo nada claramente, e quando entro em algum assunto interessante procuro as rimas, e não a essência. Defeito? Não! Audacioso contra-senso.

Ser o próprio exorcista poupa muitas amarras e água benta... Por isso também loteio. Vejo o fogo tão perto de mim, que já não há com o que gritar. Não há asfixia na parte do mundo na qual não existe matéria, mas há lixões, e há doenças, que quem as tem, não as vê partir, nem que um exorcista do mundo exterior apunhale seus pulmões. Não há tal asfixia.

Em algumas situações, apenas conseguimos nos sentir seguros se descobrimos que podemos ser perigosos. Assim sabemos que se mancarmos, nos anulamos, e que se alguém mancar, nos anulamos em dobro, deixando tal pessoa a ver que precisava da gente, vendo a parede branca e repelente de nossas costas. Virar-se para o lado oposto, em certas situações, pode até mesmo ser mais generoso do que deixar o calor sair pelas janelas de nossas almas. Isso me faz lembrar de um sonho que tive, no qual, em um livro de ‘RPG espiritual’ vi uma ilustração perfumada de Lúcifer. Nela havia o cheiro de tudo o que existiu de mais doce, e tudo isso ele matou, para uma só baforada de perfume. Para um suvenir. Para deixar que o calor saísse de graça pelas janelas do mundo. Como era ignorante esse diabo em meu sonho.!

3 comentários:

  1. Rafaeeel... hauhauhau, tinha só 5 comentários lá no blog, aceitei o primeiro e recusei os outros como vc pediu! ahuhauahua

    Valeu a persistência! kkkkkkkkkkkk

    E, uau! Acho que deveria ler esse post umas 4 vezes pra conseguir pegar tudo nele contido, ainda sim, fiquei com a sensação de q tem muito mais nas entrelinhas... fantástico!

    Eu preciso também parar de guardar tralhas, e dessa mania de tentar rimar... ^^'

    Parabéens pelo blog, adoorei seu jeito de escrever! (me levou pra outros cantos..)


    Abraçãao, e volte sempre! ;)
    Sigo, seguindo...


    Beijo!

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  2. Obrigada pelo comentário :]
    Li seus textos, é realmente incrivel como há pessoas que escrevam tão bem como você.

    1bjo.

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  3. que texto lindo, que delícia ler o que vc escreve, como te admiro... é quase uma idolatria.

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