terça-feira, 30 de março de 2010

Tantas lagartas para assistir..!

Preciso ter fé em mim. Preciso de minha caneta de volta. Hoje escrevi com uma caneta da qual não gosto... tanto que o que escrevi foi: “Não quero mais escrever.” Isso no meio de um desenho que parodiava os “Dez Mandamentos”, o filme. Não estou acreditando que posso ser bom realmente; não estaria eu fazendo meu melhor, até as 21hs 20 min.? É uma vergonha imensa que me toma, fecho meus olhos, e me vejo assim.

Tanta gente reservada. Tanta coisa pra fazer. Tantas lagartas para assistir. Um dia já fui uma; era divertido demais... mastigava lençóis e achava que ficaria com lábios leporinos por causa disso, mas acreditava na mutação, acreditava que uma glândula surpresa me salvaria, e me faria um casulo. Tudo o que fiz foi quebrar a cama. Atrevimento não tem sido melhor do que ser comandado por um general.

Meu avô não parou na páscoa, mas todo dia ele pergunta se é sábado de aleluia. Preciso vê-lo amanhã,e verificar se ele está feliz com a data atual.

Meu maxilar dói, de tanto brincar de lobo. Dói também fechar os olhos no ônibus; hoje tinham partes de mundo se deslocando junto com sonhos. Será que isso abre fendas de onde sai energia? Minha mana disse que esse negócio de poema, é só a pessoa que escreve que entende. Não concordo com ela, não totalmente. Faço a mesma coisa em prosa! Me frustra e diverte.

Sei que isso tudo parece um conjunto de reclamações banais de um cara insatisfeito, mas vamos cavar as entrelinhas. Só agora, agorinha mesmo é que eu consegui me deparar com o que eu queria: ‘Preciso eu acreditar no que penso?’.

4 comentários:

  1. Pode não ser só quem escreve que entende o poema. Mas com certeza, quem escreve é quem sabe dele.
    E até textos mais simples tem em si um "quê" que só o autor sabe realmente o que é.

    Gostei do texto, muito. Gosto de coisas subjetivas que cada um entende como quer. É libertador...ou não.

    Beijão, Rafael.

    Sempre uma surpresa boa te visitar aqui

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  2. Fala Rafael,

    Eu muitas vezes não entendo o que escrevo nas minhas poesias... ela se tornam tão pessoais que isso me leva a um nada chamado eu! Talvez por isso prefiro mais as prosas, não que nelas não exista o eu, mas acho melhor me afogar assim, paulatinamente... talvez seja prepotência minha mas eu sempre acredito no que eu penso, pois assim me torno individual, diferente. Prefiro viver pensando, do que os outros pensarem pra mim, pois assim escolho o que é o melhor a minha maneira.

    grande abraço

    Guilherme

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  3. Esse negócio de poema, quando 'lançado', cada um suga dele o que quer... deixa de ser seu poema, suas intenções, suas letras, vira a essência de cada um, a interpretação da forma, da entrelinha, da sublinha, do subversivo(?)..

    Esse negócio de poema, a cada dia que passa, me apaixona mais!

    Ainda dá tempo pra tecer o casulo, e criar asas... ;D

    Beijoos, Rafael!

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  4. (todo dia é dia de se rebelar! - e poetizar)

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