sexta-feira, 2 de abril de 2010

Nada sobre Dudley Do-Right


Gosto de flores exóticas... daquelas que só posso entregar para uma garota exótica. Fui tirar uma flor de seu caule esses dias... e saiu com raiz e tudo. Deixei-a recostada no muro; ela tentava respirar ainda, antes de morrer. No meio em que vivo, dificilmente a dona da casa de onde tirei a flor, socorreria uma planta em apuros. Sei que tem um quê de mensagens de e-mails de Power Point, falar sobre flores exóticas, nessa altura em que as coisas se desenvolvem. Digo, pois, que me é necessário, que saibam que não me perseguem, mas me sinto perseguido. Me senti mal por ter tirado aquela planta pela raiz, e tenho tido flashes de coisas que me pareceram muito familiares ultimamente. Como o Quadro de uma artista plástica que conheço agora, ou visões complicadas sobre fim das almas e sóis-relâmpagos.


Olhar para dentro não era bem o que eu havia proposto, ao tentar pôr algo para fora. Tudo isso tem cara de livro de memórias... Isso me irrita cada vez mais. Falo sobre mim, sobre falar só sobre mim, sobre o que me faz querer sair por aí. E tudo isso me irrita. Não, momento não consigo fazer diferente. Não nessa noite, em que tenho sono (algo que parecia não ter há anos).


Apesar de tudo o que incomoda, e prende, os dias têm sido longos, e bem vividos. Os erros me mostram que é utopia ser um Dudley Certinho, e que seria um saco também. Não falo sobre aquela coisa de que a vida em sua mais perfeita harmonia não tem graça; isso seria ridículo. As pessoas, porém, são mais interessantes quando são o que dentro se faz; e dentro se pinta, se ganha, se mata, e se faz guerra. A paz pode vir, com certeza; é bem vinda, e de bom grado. O que digo é... quero a influência que vem da vida das pessoas; a ficção tem me tomado muito, muito tempo. Ficção faço eu, se preciso; para outros também, se é disso que precisam.


Só quem já me viu por aí de óculos escuros embaçados, e roupas que já nem tenho mais, pode dizer; “Nossa, esse cara está bem! Nem parece o outro..! Bem...”.


É claro que esse negócio de se abrir é casca..! Procuro então, olhar para um ‘eu’ que não tem cara, não tem nome, não tem cor, não tem matéria; aquele ‘eu’, que me faz de vez em quando dizer: “Como sou feliz..!”.

Um comentário:

  1. Aquele eu que a superficialidade cotidiana não consegue alcançar.
    Acho que o que a gente quer é mais, bem mais. E isso é direito nosso. A gente quer mais de si...
    E como você se refere nesse texto, isso não dá pra alcançar pela ficção.

    Adoro sempre seus textos, Rafael.

    Me encontro e me perco neles.

    Grande beijo

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