terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um passo a mais para fora do vórtice.

O passo que foi dado por alguém que pode ter viajado até um satélite natural é duvidado por grande parte da população terrestre. Quem teria certeza de que eu realmente visitei outra dimensão? Pois, sim... posso ter visitado. O alto de minha cabeça nunca abriu, mas havia uma pirâmide sobre ela, aquela com um olho, como a do Mr. Crowley. Passei muito calor naquele vórtice. “Falo abertamente sobre tudo aquilo hoje em dia, mas foi muito cabuloso... trash é elogio.!”. Sim, houveram tempos em que nem de tudo aconteceu, porém tudo poderia acontecer. Hoje quero produzir; os shows em minha mente já não são tão mainstream. Isso é bom! Assim eu poderia simplesmente deixar que algo que não faz sentido comece a gerar cócegas na minha garganta, à ponto de soltar um berro que faça sentido, para mim e para quem tenha ouvidos, ou seja perito em leitura labial. ‘Leitura labial’... este seria um bom termo se eu não estivesse realmente falando o que sinto. A questão estética sempre me seduz, tentando me dizer que mesmo tendo uma obra prima que se aloja nos cantos empoeirados de minha mente, nunca tendo sido verdadeira com o mundo palpável, posso recitar minhas vontades de maneira que só outros ouviriam. Nunca ouço esse tipo de coisa que ouves agora. Nem mesmo de mim!

Começo a sonhar com coisas que me agradam novamente. Coisas que não me provocam e culpam por estar vivo. Talvez seja um belo momento para ouvir os pássaros e tudo mais, se eu não me sentisse piegas ao fazê-lo. Ouço-os, porém com um quê de paranóia, achando que eles me denunciam a algum superior... não de propósito penso nisso, até mesmo o bem-te-vi deve saber disso; por isso ainda canta perto de mim em meu quintal, talvez tentando me mostrar que as coisas não são bem assim. Hoje fiquei feliz por estar entre os vivos. Estava deitado na cama, pensando sobre meu próximo emprego, e no que fazer depois que levantasse. Terei bastante trabalho esse ano, algo que me faz sentir... não útil, mas simplesmente na ativa, colocando meus miolos para fora novamente.

Minhas notas nas cordas já não são as mesmas, ainda bem. Meu vocabulário é escasso... uma pena. Minha mente ainda me põe pelado diante a sala de aula, mas não do jeito de antes. Nos dias atuais não há aberturas em meu bulbo, não há cordão de prata em meu peito, não há dedos falantes, nem paredes transparentes. O sábio me diz que tudo se encontra em outro plano. Quem seria eu para discordar? Não há pirâmide sobre minha cabeça.

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