Quero
adormecer profundamente, sonhar um tanto, e acordar morto; morto aqui, onde
deitamos. Sem memória, sem compromisso, sem
vestes.
Entrar no
mar sem me importar com anzóis, sem olhar pros dois lados,
sem me preocupar com cortantes ondas rasteiras.
Caminhar
pelo mundo escuro, sem sons, sem muros ou meio-fio.
Quero ser apresentado à Graça despida de luz ou cobre ou verbo.
Quero conhecer animais maiores que eu, que não correm nem ninham, que rodopiam livres de espaço ou tempo, que não se importam com minha existência. São santos.
Quero ser apresentado à Graça despida de luz ou cobre ou verbo.
Quero conhecer animais maiores que eu, que não correm nem ninham, que rodopiam livres de espaço ou tempo, que não se importam com minha existência. São santos.
Andar no
céu, sem ver cor, pigmento,
textura, profundidade, infinitude.
Quero acordar morto, sem sensações, sem casa, sem fotografias ou cartas.
Não quero mais regar o que cativo, a não ser um recanto que me chama todas as noites quando durmo; sonho um tanto, e acordo morto.
Quero acordar morto, sem sensações, sem casa, sem fotografias ou cartas.
Não quero mais regar o que cativo, a não ser um recanto que me chama todas as noites quando durmo; sonho um tanto, e acordo morto.
Acordo, não penso que acordei. Caminho por barrancos, galerias.
Existe um horizonte, existe o breu.
Não há cavalos, não há joguetes, não há história, e o Sol e o Tempo amanheceram mortos.
Existe um horizonte, existe o breu.
Não há cavalos, não há joguetes, não há história, e o Sol e o Tempo amanheceram mortos.
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